sinto a necessidade de escrever, de tentar libertar o aperto que tenho no peito, mas as palavras não saem... ficam presas e não fluem como deveriam, tenho saudades dos tempos em que isso acontecia, dos tempos em que após a primeira frase as seguintes não encontravam qualquer entrave em aparecer. era tudo tão fácil nesses tempos, escrever era fácil, viver era fácil, amar era fácil... e agora? agora é tudo complicado, é tudo cheio de nós difíceis de desatar, encruzilhadas sem setas a apontar para a direcção correcta... estou no ano que dizem ser o melhor das nossas vidas, o que menos custa a passar, mas nada disso corresponde ao meu ano... sim já tive as melhores surpresas, as melhores experiências e já senti na pele os melhores sentimentos que existem, mas logo a seguir vieram os piores de tudo... não consigo encontrar explicação possível para não ser feliz na totalidade, sem ter algo a puxar-me para baixo, para o estado em que eu vivi durante mais de dois anos, o estado de dormência, o estado em que ria e sorria porque tinha que ser, o estado em que um espaço vazio não era preenchido e isso me prendia à infelicidade, não total, mas parcial. tudo bem que a vida não teria a sua graça sem um pouco de complicações, mas por vezes gostava de ter direito a um longo período de tempo sem ter algo que me fizesse andar com o peito apertado, com o sorriso apagado e com a conversa decadente e repetitiva.
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